
E leite de caixinha, faz bem?
Responde o Dr. Alenxadre Feldman:
“O leite de supermercado é pasteurizado. Homogeneizado. Centrifugado. Clarificado. Filtrado. Bactofugado. Tratado à vácuo. Aquecido e reaquecido várias vezes. Só então ele alcança as gôndolas do mercado. Isso quando ele não é desnatado. Ou desidratado (em pó). Ou ambos.
Como veremos, a indústria do leite está interessada apenas nos cifrões, na quantidade. Não na saúde. Para eles, todo esse processamento do leite é sinônimo de qualidade. Mas infelizmente, esse leite (o da caixinha) não possui mais nenhum parentesco com o leite cru, in natura. Ambos são brancos. Mas a semelhança para por aí. Em termos bioquímicos, enzimáticos e nutricionais, eles são completamente diferentes.
O leite, em seu estado original (ou seja, recém-saído de uma vaquinha saudável, criada solta e não em confinamento, que não recebe hormônios e se alimenta não de ração mas sim de pasto – sem agrotóxicos – em suma, uma vaquinha feliz!), é um alimento muito saudável, denso em nutrientes importantíssimos, que nutriu nossos antepassados das mais variadas partes do planeta, em toda a sua jornada ao longo da História. (Para ler sobre a importância do leite cru leia aqui e também aqui sobre a pasteurização, ambos artigos em inglês. Também tem este vídeo).
Com o adensamento das cidades e a Revolução Industrial, a criação das vacas deixou de ser atributo de indivíduos que valorizavam os animais, passando a pessoas pagas para tal função, não necessariamente fazendo isso por vocação ou amor. As vacas se transformaram, de companheiras do homem, em fábricas de leite. O leite era ordenhado por pessoas mal-pagas, sem nenhuma noção de higiene. As vacas foram transferidas do campo para lotes de confinamento, e alimentadas com grãos cereais e uma série de alimentos inapropriados.
As epidemias, nessa época, foram uma conseqüência natural. Tuberculose, brucelose, cólera e tantas outras, ceifaram muitas vidas.
De repente, os cientistas da segunda metade do Século 19 descobriram os micróbios. Concluiu-se, com razão, que eram eles os responsáveis pelas doenças que causavam epidemias. Em seguida, descobriu-se que a fervura matava os micróbios. Nasce a pasteurização.
Dentro desse contexto de falta absoluta de higiene, infecções, doenças, epidemias e alta mortalidade no Século 19, a pasteurização mudou drasticamente o cenário. Bastava submeter o leite sujo e contaminado a uma alta temperatura… e matavam-se os micróbios!
Cuidados de higiene nos estábulos, na ordenha, nos funcionários, no armazenamento do leite? Para que?? A pasteurização mata tudo!
De fato, mata. Inclusive o próprio leite.
O que, naquela época, não se sabia, é que existem componentes do leite cuja estrutura química sofre modificações com a pasteurização. E essas modificações tornam tais componentes prejudiciais à nossa saúde, facilitando inclusive o surgimento de reações inflamatórias de toda espécie. E onde há inflamação, há dor.”
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Resumindo: leite de caixinha não é leite. Não compre. Em alguma feira ou em alguma fazenda alguém está vendendo leite. Pelo seu bem e bem de seus filhos, use leite da vaca. Jamais da caixinha.
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